quarta-feira, 4 de março de 2009

UFC 96 Jackson vs Jardine: Card Preliminar

Como é de costume, o UFC usa as lutas preliminares para enxugar sua folha salarial, relançar antigas promessas, preparar bons prospectos e tentar encontrar talentos para a organização. Porém, esse card falha por, com exceção de McCrory versus Madigan, apresentar lutas entre competidores previsíveis que aparentemente já alcançaram o ápice pessoal no esporte. A esperança é de entretenimento apesar da pouca relevância dos embates.

Lutas Preliminares

Brandon Vera (EUA) x Mike Patt (EUA)
Vera apareceu no UFC prometendo ser o futuro da divisão dos pesados, chegou a falar em conquistar esse e o cinturão dos meio-pesados ao mesmo tempo. Porém, as derrotas para Tim Sylvia, Fabrício Werdum e Keith Jardine deram um banho de realidade no americano. O lutador de muay thai e jiu-jítsu tenta se reerguer na organização contra o também praticante de muay thai e jiu-jítsu, Mike Patt.

Essa luta aparenta como uma tentativa do UFC de reerguer uma de suas promessas. O inexperiente Mike Patt, chamado pro UFC 88 de última hora e nocauteado em menos de 2 minutos, é uma versão piorada de Vera. Mais alto, Brandon deve evitar o chão contra o discípulo de Jorge Gurgel e usar seu kickboxing para acabar a luta rapidamente. Se não o fizer, deve começar a pensar em outro empregador.

Kendall Grove (EUA) x Jason Day (Canadá)
Kendall Grove ganhou o Ultimate Fighter 3 entre os médios. Grove não é particularmente genial, mas trabalha duro, aproveita seu tamanho (1,98cm) e já treinou em campos muito bons (Team Punishment, Xtreme Couture e agora BJ Penn’s MMA). Jason Day é um atleta que sabe se virar em todos os aspectos do jogo, com experiência e algumas vitórias significantes no MMA canadense.

A luta é uma eliminatória numa divisão cujo nível está subindo a cada evento. Ambos lutadores não sendo particularmente bons em nenhum aspecto, a vantagem do biotipo deve prevalescer. Com seus longos braços e pernas, Grove deve tentar manter a luta em pé. Nesse cenário, veremos se Jason Day tentará levar pro chão e demonstrar a proclamada eficiência da rubber guard como fez contra Alan Belcher.

Jason Brilz (EUA) x Tim Boetsch (EUA)
Nesse embate de wrestlers americanos, Jason é a promessa vinda de organizações menores que não perde há 8 lutas. Porém, o bombeiro de 33 anos que luta de Nebraska já declarou que não deseja buscar a carreira de lutador e participa de competições apenas como um hobby. Tim Boetsch aparece no UFC como mais um pupilo de Pat Miletich, ganhou duas lutas e perdeu pra Matt Hamill, não demonstrando significante destreza em nenhuma de suas apresentações.

Fazia tempo que o UFC não promovia luta tão sem significado. Numa divisão quem só tem peixe grande, o enfrentamento entre o pior que medíocre e a promessa digna de eventos com veteranos, não contribui em quase nada para o desenvolvimento dos meio-pesados. Tomara que ao menos não seja daqueles testes pra paciência cheios quedas e manutenção de posições.

Tamdan McCrory (EUA) x Ryan Madigan (EUA)
Apesar dos apenas 22 anos, o meio-médio McCrory teve que enfrentar dois homens borracha e foi submetido por Dustin Hazellet e Akihiro Gono. Todas suas outras 11 lutas acabaram com o braço dele sendo levantado no fim. Tamdam é novo e demonstra potencial. Porém, se deseja continuar subindo no UFC deve passar pelo carateca Ryan Madigan. Apesar de mais velho, 31 anos, Ryan é menos experiente, tendo apenas 5 lutas no cartel. E, apesar de declarar ser um kickboxer (modalidade em que foi campeão amador), Madigan venceu duas últimas duas lutas com um triângulo.

A exceção nesse card promete ser um embate interessante entre dois lutadores que parecem ter ainda muito que mostrar. Ryan está invicto, tendo finalizado todas suas lutas, mas pela primeira vez compete no UFC contra um adversário legítimo que precisa da vitória.

Aaron Riley (EUA) x Shane Nelson (EUA)
Aaron Riley é um leve experiente e bem preparado que já fez lutas importantes, mas que ninguém lembra direito porque nunca brilhou em nenhum lugar. Ele vem para testar Shane Nelson, outro pupilo de BJ Penn que deve apresentar o combo jiu-jítsu mais boxe, fórmula que outrora funcionou para BJ Penn e Minotauro, mas parece ter feito inimizade com a vitória ultimamente. Será que Shane pode trazer algo novo pra essa mistura e pro cenário dos leves? Dificilmente, mas assistirei esperando que ele o faça.

2 comentários:

Alexandre Matos disse...

Vc tocou naquele que é o maior problema do UFC atualmente, na minha opinião. Estao mais preocupados com entretenimento do q com a evolução do esporte e dos atletas.

Antonio disse...

É... O UFC gosta de colocar promessas com veteranos em decadência e acho que isso faz sentido.

Luta entre novatos com potencial faz todo sentido.

Porém, esse card preliminar tem a luta amaciada pro Brandon Vera e um monte de luta entre lutadores que dificilmente surpreenderam (pois já lutaram muito) e chegarão ao Top5 da divisão.

Daí é fogo de assistir...