sábado, 31 de janeiro de 2009

Aperitivo para UFC 94

Enquanto esperamos o início do UFC 94, com a superluta entre Georges St-Pierre e B.J. Penn, deixo um vídeo com o trailer do jogo UFC 2009 Undisputed, desenvolvido pela THQ para as plataformas Playstation 3 e XBOX 360.

Além de Rush e Prodigy, o jogo traz feras como Forrest Griffin, Quinton Jackson, Dan Henderson, Rich Franklin, dentre outros.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Round Zero (II): O Clima está pró-GSP total

Simplesmente ninguém acreditou em B.J. Penn para a superluta de amanhã, pelo UFC 94. Dos candidatos a Round Zero, apenas textos sobre Georges St-Pierre e até uma promessa de um para Lyoto Machida.

Por este motivo nada foi publicado ainda. Esperemos até perto da hora do evento para ver se alguém vai acreditar no havaiano. Se nada chegar, publicaremos o melhor texto sobre as possibilidades de vitória de GSP.

Escrevam para edicao@mma-brasil.com!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Helio Gracie, obrigado por tudo


Maior nome do jiu-jitsu brasileiro, o lendário Helio Gracie morreu hoje em Itaipava, região serrana do Rio, aos 95 anos muito bem vividos em prol do esporte. Dentre outros, Helio é o pai de Rickson, Royce, Royler, Rorion e Rolker.

Helio deixou como legado simplesmente o estilo que ficou mundialmente conhecido como Gracie Jiu-Jitsu, ou simplesmente Brazilian Jiu-Jitsu, respeitadíssimo no mundo do MMA, que seus filhos Rickson e Royce tornaram famoso no PRIDE e UFC. O patriarca aprendeu o jiu-jitsu com seu irmão Carlos, mas desenvolveu um estilo próprio, baseado em alavancas e lançando mão de uma dieta especial, disseminada pelo clã dos Gracie. Outra grande revolução implementada pelo jiu-jitsu brasileiro é a guarda, onde Mestre Helio desenvolveu um meio eficiente de lutar e finalizar o combate mesmo estando embaixo do adversário. Este estilo fazia com que ele, com físico franzino, levasse vantagem no confronto contra adversários muito maiores e mais pesados do que ele. Helio ainda era 6o dan de judô. Rodou o país para mostrar que sua arte era superior, chegando a lutar inclusive no Maracanãzinho.

"O Jiu-Jitsu que criei foi para dar chance aos mais fracos enfrentarem os mais pesados e fortes. E fez tanto sucesso, que resolveram fazer um Jiu-Jitsu de competição. Gostaria de deixar claro que sou a favor da prática esportiva e da preparação técnica de qualquer atleta, seja qual for sua especialidade. Além de boa alimentação, controle sexual e da abstenção de hábitos prejudiciais à saúde. O problema consiste na criação de um Jiu-Jitsu competitivo com regras, tempo inadequado e que privilegia os mais treinados, fortes e pesados. O objetivo do Jiu-Jitsu é, principalmente, beneficiar os mais fracos, que não tendo dotes físicos, são inferiorizados. O meu Jiu-Jitsu é uma arte de autodefesa que não aceita certos regulamentos e tempo determinado. Essas são as razões pelas quais não posso, com minha presença, apoiar espetáculos, cujo efeito retrata um anti Jiu-Jitsu."

Descanse em paz, mestre. Que sua memória seja reverenciada como a de Jigoro Kano.

UFC 94 St-Pierre vs Penn 2

Sábado o octógono montado na MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, vai tremer! Depois de viajar para a Europa, o UFC 94 volta à cidade e a luta principal do card colocará frente a frente dois dos melhores lutadores do mundo. O canadense Georges St-Pierre defende seu cinturão da divisão Welterweight (meio-médio) contra o americano B.J. Penn, campeão da Lightweight (leves). Além deste combate histórico, que tem tudo para ser uma das melhores lutas de todos os tempos no MMA, teremos um duelo brasileiro pela divisão Light Heavyweight (meio-pesados), entre os invictos Lyoto Machida e Thiago Silva. Outro brasileiro em ação no evento será Thiago Tavares, que enfrentará o armênio Manny Gamburyan pela Lightweight.

Quando a luta principal foi confirmada, ainda no ano passado, li num fórum um comentário de um camarada dizendo que a única chance de B.J. Penn vencer seria se St-Pierre entrasse na luta mal preparado. Bom, acredito que existam outros meios para B.J. vencer esta revanche, porque se depender de má preparação de St-Pierre, pode esquecer... Georges St-Pierre é, na minha opinião, o lutador mais bem preparado do MMA mundial em qualquer divisão, um verdadeiro atleta. Simplesmente não consigo imaginar um dia da vida profissional de GSP em que ele esteja mal preparado. Quem viu os vídeos da preparação dele para este evento (na verdade, para este evento não, para qualquer um) sabe do que estou falando. Quem não viu, pode procurar no canal do UFC no Youtube, ou no próprio site do UFC.

A luta promete muito. O Prodigy foi o primeiro não-brasileiro faixa preta campeão mundial de jiu-jitsu, além de ter um boxe afiadíssimo. Por vir de uma categoria mais baixa, o havaiano terá a velocidade como aliada. Rush tem provavelmente o melhor wrestling e takedown defense do UFC, que equilibrará as tentativas de queda do havaiano, além de um preparo atlético acima da média. Além disso, St-Pierre consegue se virar muito bem em pé, no chão, em qualquer outra posição que a luta venha a se desenrolar.

Penn colocou lenha na fogueira: “St. Pierre disse que Jon Fitch o lembrou o 'Exterminador do Futuro', mas depois dessa luta ele vai pensar que sou Deus, porque vou mais forte que aquilo. O que ele não entende é que serei dez vezes mais rápido que ele... Ele não pode socar o que não consegue alcançar”. Mas depois falou num tom mais sério: “Ele tem um ótimo wrestling, provavelmente o melhor no UFC. Sei que não tem muitos buracos no seu jogo. Faço tudo, mas minha força, sem dúvida, terá que ser meu Boxe e Jiu-Jitsu. Estou encarando essa luta como a minha última”. Se Penn vencer, será o primeiro detentor simultâneo de dois cinturões em categorias diferentes na história do UFC.

Já St-Pierre se prepara para tornar-se o melhor lutador pound-for-pound de todos os tempos e vê a revanche contra Penn como uma oportunidade de dar mais um passo nesta direção. O canadense vem de três lutas sensacionais: a finalização contra Matt Hughes, que já fora considerado o melhor meio-médio de todos os tempos; depois destruiu Matt Serra, recuperando o cinturão. Na última, atropelou Jon Fitch (que também luta no evento de sábado), que estava invicto e era considerado até o momento o grande desafio de St-Pierre.

Em seu blog oficial, o canadense declarou: “Passei pelo melhor treinamento que já tive antes, estou na melhor forma da minha vida. Pessoas dos Estados Unidos, Brasil, França e Canadá me ajudaram muito para fazer disto um sucesso. Eu não poderia estar mais pronto do que estou para esta luta. Eu não sei o que B.J. Penn tem feito em seus treinamentos, mas sei que eu tenho feito tudo que poderia fazer, e que sou um lutador melhor do que da última vez que eu lutei. Eu sei que será muito difícil, e que eu talvez tenha que suportar mais dor do que já tive antes, mas eu não fiz todos esses sacrifícios por nada”.

Na primeira luta entre ambos, pelo UFC 58 USA vs Canada, Rush levou a melhor, numa luta equilibradíssima, decidida pelos juizes em controversa decisão dividida. Mas aquilo foi em março de 2006, muita coisa mudou e ambos os lutadores se tornaram ainda melhores do que eram. É certo que veremos um combate histórico, de dois lutadores tecnicamente fantásticos e no auge de suas carreiras, tanto no plano físico, como no emocional e técnico. É daquelas lutas que você vê quatro ou cinco em toda a vida. O resultado? Imprevisível. Mas como não sou homem de ficar em cima do muro, minha aposta é numa vitória de Georges St-Pierre, por decisão unânime.


Lyoto vs Thiago

No combate dos brasileiros invictos pela divisão Light Heavyweight (meio-pesado) - ambos venceram suas 13 lutas como profissionais -, abre-se uma chance de pintar o próximo desafiante do campeão Rashad Evans. O baiano Lyoto Machida (nascido em Salvador mas radicado em Belém, no Pará), tem um estilo bastante peculiar de luta, baseado no Karate Shotokan, que não causa boa impressão em parte do público, mas que ninguém pode dizer que não é eficiente. A espetacular movimentação dele (já vi gente dizendo que ele foge, o que é um absurdo) e a base invertida o tornam um alvo dificílimo de ser atingido no octógono. Além disso, Lyoto é frio e calmo, nunca o vi desesperado em uma luta. Sabe o que fazer e é muito consciente de suas capacidades e fraquezas. Já foi elogiado pelo chefão do UFC, quando foi apontado como provável futuro melhor pound-for-pound do evento. Lyoto é uma das provas que o MMA é um esporte, não violência aleatória.

Thiago, ex-integrante da Chute Boxe e que atualmente treina na ATT, é faixa preta de jiu-jitsu, mas tem o Muay Thai desenvolvido e é bastante agressivo. Falta-lhe ainda adversários de maior peso no cartel, fato que sobra ao adversário. Lyoto já venceu Tito Ortiz, Rameau Sokoudjou, Stephan Bonnar, Rich Franklin e até B.J. Penn. Thiago declarou que vai caçar Lyoto pelo octógono, cercando o adversário e tirando espaço para a movimentação dele.

Acredito numa luta de muita estratégia. Thiago é mais um casca-grossa na carreira de Lyoto e deve tentar atacar o tempo todo. Machida, totalmente dentro de suas características, deve usar bastante o contra-ataque. O presidente do UFC disse que Machida lutará pelo cinturão, caso vença Thiago. Ele encabeça a lista de brasileiros que visam o título, na frente de Mauricio Shogun e Wanderlei Silva. Aposto numa vitória do Dragão, por decisão unânime.

E você, o que espera desta edição do UFC? Conte para nós na caixinha de comentários! E ainda dá tempo de participar do Round Zero. Mande seu texto para edicao@mma-brasil.com, dizendo porque acha que GSP ou Penn vencerá a luta. Veja o primeiro Round Zero para se familiarizar e participe você também.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Fedor deu sorte?

Antes de entrarmos no clima do UFC 94, com o post da luta (amanhã) e o Round Zero (na sexta), um último assunto sobre o Affliction 2. Muito ainda tem se falado pelos foruns e programas que cobrem MMA pelo mundo sobre a luta principal do Affliction 2, entre o campeão dos pesados da WAMMA, Fedor Emelianenko e o desafiante Andrei Arlovski. Não por ter terminado em vitória de Fedor, que não é nenhuma novidade na carreira do russo. O que chamou atenção e tem ouriçado o público foi o desenrolar e o desfecho da luta.

Acho que é ponto de concordância para todos que o Pitbull estava com a luta sob controle. O boxe bem afiado pelos treinos com Freddie Roach estava dando resultado, mantendo Fedor e seu feroz ataque longe. E, pelo menos aparentemente, a tática definida pelos treinadores do bielorrusso estava funcionando, até o fatídico momento em que Andrei se empolgou e botou tudo a perder. Eu disse aparentemente porque Fedor declarou que não se sentiu em apuros em momento algum da luta.

Aí começa a polêmica. Na entrevista após a luta, Fedor falou: "Eu sabia que Arlovski poderia cometer um erro, vi a oportunidade e a capitalizei". Muita gente boa chegou a ficar na dúvida se Fedor fingiu estar sentindo ou se realmente os golpes de Arlovski faziam efeito. Sobre isso o russo falou: "Mas não me machuquei. Os socos de Andrei não me causaram danos e eu não os senti na maioria". A discussão aqui vai longe...

Mas um ponto vale ser levantado. Esta não foi a primeira vez que um lutador deixa Fedor Emelianenko em perigo num combate. Em outras duas oportunidades, Fedor ficou com um pé na vala. Vamos rapidamente relembrar:

Fedor vs Randleman, PRIDE Critical Countdown 2004, 20 de junho de 2004

Fedor sofreu uma das mais espetaculares quedas da história do MMA. Randleman o ergueu pela cintura e aplicou um suplex (suplê), jogando o russo violentamente com a cabeça no chão, caindo por cima. Rapidamente Fedor inverteu a posição e, em questão de segundos, travou uma chave americana (kimura) perfeita e finalizou o americano. Posicione o vídeo abaixo em 50s e veja:



Fedor vs Fujita, PRIDE 26, 8 de junho de 2003

O momento de maior agonia da carreira do supercampeão até hoje. O japonês, que poucos segundos antes havia encaixado um justo cruzado de esquerda em Fedor, acertou um violentíssimo cruzado de direita, que pegou em cheio no queixo do russo. Fedor não foi a knockdown por milagre, mas balançou e dobrou os joelhos. Num lance de gênio, conseguiu raciocinar e foi para o clinch, levou uma queda, mas puxou para a guarda, manteve o japonês colado ao seu corpo e teve tempo de respirar e se recuperar. Menos de um minuto depois conseguiu se levantar. Já em stand up, encaixou um forte chute no tronco, seguido de um cruzado no queixo, que derrubaram o japonês. Fedor então se aproveitou para pegar as costas e rapidamente encaixar um clássico mata-leão, finalizando o adversário. Para ter uma idéia de como foi difícil para Fedor pensar numa saída no momento que levou o segundo cruzado, basta lembrar da luta entre Minotauro e Frank Mir. O brasileiro, inteligentíssimo e mestre da arte no chão, não conseguiu ter esta reação e acabou nocauteado.




Conclusão

A primeira, mais óbvia, é que, das três lutas, realmente Fedor pareceu estar sob controle no combate contra Arlovski. Se ele não foi nocauteado nas duas anteriores, é razoável acreditar qu os golpes de Andrei realmente não estivessem fazendo o efeito desejado.

E dois pensamentos se encaixam aqui. Sorte, na minha concepção, é o encontro da competência com a oportunidade. Tanto Fujita quanto Randleman e Arlovski tiveram a oportunidade, mas não a competência de acabar com a luta. E Fedor, quando tem a chance, não a desperdiça. Sob este ponto de vista então, o campeão teve muita sorte. Além disso, MMA não é loteria. Loteria é Mega Sena. MMA é a junção de trabalho, talento e estratégia. Como é um cara talentoso, trabalhador e com estratégias sempre bem definidas, mostrou o que é o MMA atual.

O que eu sei, no fundo, é que a lenda de Fedor Emelianenko ganhou mais um capítulo no sábado passado.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

UFC 94 ao vivo no Sportv


O UFC 94, megaevento do próximo sábado que vai ser encabeçado pelo confronto entre os campeões Georges St-Pierre e B.J. Penn, será transmitido ao vivo pelo Sportv, como já vem sendo veiculado em comerciais nos canais da rede Globosat, além do já tradicional Premiere Combate. A diferença é que o Premiere transmite no sistema pay-per-view e o Sportv, de modo gratuito para assinantes.

Antes que alguém pergunte qual a vantagem do sistema pago, se vai passar em outro canal de graça (para assinantes), vale uma explicação: no final de 2008 o UFC, representado pela Zuffa LLC, fechou um contrato de três anos com a Globosat. Neste acordo ficou definido que todos os vinte eventos de 2009 (entre UFC e UFC Fight Night) serão transmitidos ao vivo em sistema pago. O Sportv transmitirá ao vivo de três a cinco eventos em 2009, sendo o UFC 94 o primeiro deles. Além dos eventos, o Premiere ainda transmite os programas UFC All Access, UFC Countdown e o UFC Unleashed.

Depois da HBO Plus transmitir o Affliction ao vivo, esta é mais uma boa notícia para os fãs de MMA no Brasil.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mais um passeio de José Aldo no WEC

Ontem o San Diego Sports Arena sediou o WEC 38, que teve a luta entre Jamie Varner e Donald Cerrone, pelo cinturão dos leves, como luta principal. Ainda pelo card principal, o ex-campeão dos penas, Urijah Faber, venceu novamente Jens Pulver, em sua primeira luta desde que perdeu o cinturão para Mike Brown. Dois brasileiros lutaram e venceram no card principal: Danillo Indio superou Mike Campbell, enquanto José Aldo conseguiu um nocaute espetacular contra Rolando Perez, fechando o final de semana de sucesso do MMA brasileiro nos principais eventos.

Aldo vs Perez

O atleta da Nova União, José Aldo entrou antes no octógono e conseguiu sua terceira vitória consecutiva no evento. O brasileiro, que mostrou ser realmente um fortíssimo concorrente ao título que hoje está com Mike Brown, imprimiu desde o início um ritmo forte na luta, trabalhando bem os chutes baixos, mesclados com socos e, principalmente, se defendendo muito bem na luta em pé. Com pouco mais de quatro minutos do primeiro round, Aldo acertou um belo direto no corpo, que fez Perez tentar atacar. Ao curvar o tronco para soltar o soco, foi de encontro a uma poderosa joelhada do brasileiro, que o derrubou espetacularmente. O árbitro Jon Schorle salvou Perez e encerrou a luta. Aldo ganhou o prêmio de nocaute da noite.

Confira o nocaute sensacional de José Aldo clicando aqui e fique impressionado com a tranquilidade do brasileiro, que em momento algum foi ameaçado na luta. Aldo sabe exatamente o que fazer no octógono.

Indio vs Campbell

Danillo Indio, atleta da ATT que estreava no evento, também conseguiu uma bela vitória, pela categoria dos meio-médios. Bem no início, Danillo sofreu um knockdown, tentou se agarrar em Campbell, mas foi levantado pelo americano e levou um belo takedown. Indio logo conseguiu se recuperar. Depois de sofrer outro knockdown, Danillo puxou para a guarda e houve uma troca de posições no chão, quando o brasileiro então conseguiu montar. Neste momento o americano deu as costas para evitar a punição e pagou caro. O brasileiro distribuiu ganchos com ambas as mãos na cabeça de Campbell, que mal esboçava reação, fazendo com que o árbitro Josh Rosenthal parasse a luta pouco antes dos quatro minutos do round inicial.

Veja a vitória de Danillo Indio clicando aqui.

Faber vs Pulver

Logo depois, o California Kid entrou no octógono para enfrentar o ex-campeão do UFC pela segunda vez. Logo no início foi desequilibrado por um chute estranho de Pulver no corpo. Porém Faber rapidamente se recuperou. Com grande movimentação e um belo trabalho de trocação, Faber encaixou dois cruzados de esquerda seguidos por uma joelhada, derrubou o adversário e partiu como um foguete para encaixar uma justa guilhotina, fazendo com que Pulver rapidamente desistisse. Tudo isso aconteceu com apenas um minuto e meio de combate. Faber ganhou o prêmio de finalização da noite e mostrou não ter se abalado com a perda do cinturão.

A luta pode ser vista clicando aqui.

Varner vs Cerrone

O campeão dos leves manteve seu cinturão numa luta que terminou com polêmica. Varner, de 24 anos, que defendeu com sucesso seu título pela segunda vez, dominou a luta por pontos, tendo vencido três dos primeiros quatro rounds. No final do quinto, Cerrone acertou uma joelhada ilegal na cabeça do campeão. O árbitro concedeu tempo para recuperação de Varner, mas decidiu que o golpe não fora intencional, portanto não descontou ponto de Cerrone. A luta então foi para a decisão, que teve resultado dividido, com dois juizes marcando 49-46 para Varner e o terceiro, 48-47 para Cerrone.

Veja a luta clicando aqui.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Obrigado, HBO!


Antes de mais nada, gostaria de agradecer à rede HBO Brasil por ter nos dado o privilégio de assistir à segunda edição do Affliction, o Day of Reckoning, transmitido ao vivo para o Brasil pela HBO Plus. Pelo que entendi na transmissão, o MMA vai entrar na grade do canal, que já conta com transmissões de grandes lutas de boxe. Pelo menos as edições do Affliction serão transmitidas.

Mesmo com o fato de a emissora ter escalado uma dupla de narrador e comentarista de boxe, que entendem menos de MMA, ainda assim valeu a pena. Concorrência honesta é saudável, tanto do Affliction em relação ao UFC, como da Golden Boy Promotions e M-1 Global com a Zuffa e da HBO em relação ao Sportv. A concorrência faz o público ter mais eventos de qualidade, mais oportunidades de transmissão e isso tudo ajuda no crescimento do esporte. Nós, o público consumidor, só temos que agradecer.

Mas que sirva de alerta para que, nas próximas transmissões, o canal se preocupe em escalar profissionais que conheçam o assunto, para evitar cair em chacota com o público, como já anda acontecendo em alguns foruns de MMA no Brasil. Pode aproveitar os próprios Delano Vaz e Marcos César, que entendem de boxe e podem rapidamente aprender MMA a ponto de fazerem excelentes transmissões.

É preciso tomar cuidado com algumas coisas. O MMA ainda sofre o preconceito de ser um esporte violento, de ser briga e etc. Então os profissionais envolvidos com a transmissão devem sempre evitar usar termos como "Sokoudjou ficou a alguns segundos da morte". Um leigo ouvir isso é um perigo para a imagem do esporte. Evitar também que certo lutador entra para machucar, para causar danos no adversário. O MMA não é isso.

Por outro lado, a falta de maior conhecimento específico nos livrou de comentários cheios de patriotadas desnecessárias. Foi uma transmissão mais sóbria. Nada de dizer que "fulano deu azar e foi nocauteado" ou "luta é loteria". Loteria é Mega-Sena, Quina, Timemania. Luta é talento, trabalho e estratégia. Outro ponto para a HBO.

Para finalizar, deixo disponibilizada a página de atendimento ao cliente do canal. Vale a pena ir lá e agradecer pela iniciativa, mesmo que você ainda não tenha assinatura do canal. A gente costuma lembrar disso sempre na hora de reclamar de algo. É bom também lembrar na hora de elogiar. Eu já fiz a minha parte.

O Fenômeno está de volta!

A luta principal do Affliction 2 Day of Reckoning, disputado nesta madrugada no Honda Center, em Annaheim, California, era a disputa do cinturão dos pesados da WAMMA, entre Fedor Emelianenko e Andrei Arlovski. Mas o grande momento da noite foi a fantástica vitória de Vitor Belfort contra o duro Matt Lindland. O Phenom fez todos relembrarem o garoto de 19 anos que assombrou o mundo, com velocidade e força, ao se tornar campeão do UFC entre os pesados.

Os brasileiros ainda tiveram outros grandes resultados, com as vitórias de Renato Sobral sobre Thierry Sokoudjou e de Antonio Rogério Nogueira sobre Vladimir Matyushenko (que havia sido o primeiro a derrotar o Minotouro), no undercard.

Babalu vs Sokoudjou

O camaronês deu mais uma prova que as vitórias conseguidas contra Ricardo Arona e Rogério Minotouro, no início da carreira, foram mais obra do acaso do que mérito do Assassino Africano. Sokoudjou até que começou bem a luta, desferindo alguns golpes, aproveitando sua mão pesada. Mas, mesmo na luta em pé, estava sendo dominado. Para piorar, foi posto para baixo algumas vezes, até com certa facilidade. E isso, contra um perito na arte como Babalu, é pedir para perder.

No segundo round o brasileiro conseguiu um double leg e levou novamente a luta para o chão. Trabalhou a postura muito bem, conseguiu pegar o pescoço de Sokoudjou, encaixou uma anaconda choke (triângulo de mão), rodou o camaronês e fechou. Só restou a Sokoudjou bater três vezes para não apagar. Fazia tempo que eu não via um wrestler cair tão facilmente com um double leg.

Belfort vs Lindland

E o Fenômeno está de volta! Depois de nocautear Terry Martin no Affliction Banned, Vitor Belfort mostrou que não está para brincadeiras. A luta contra o duro wrestler americano Matt Lindland tinha tudo para ser complicadíssima, uma vez que Lindland é considerado um dos melhores médios do mundo, mas Vitor tratou de facilitá-la rapidamente. Precisou de menos de 40 segundos para, com a mesma velocidade e pegada que apresentou aos 19 anos, acertar uma esquerda violentíssima e mandar Lindland em estado precário para a lona. Como um foguete, o Phenom partiu para o ground'n'pound matador, imediatamente interrompido pelo árbitro, preocupado com o estado inconsciente de Lindland na lona.

O trabalho de Vitor foi lindo. Como nos velhos tempos, bloqueou o único soco desferido pelo americano na luta, pendulou rapidamente e atacou com ferocidade e precisão. Vitor acertou simplesmente 100% dos golpes que lançou. No final, enquanto os médicos ajudavam na recuperação de Lindland, Belfort abraçou a esposa e falou na entrevista que velocidade e precisão são as chaves para a vitória.

O cara está de volta. Em condições físicas e técnicas como vimos ontem, está aí um lutador que traria muitos problemas para o reinado de Anderson Silva na divisão Middleweight.

Barnett vs Yvel

Não gostei da luta, apesar da movimentação. O holandês parece ser cria exclusiva do Muay Thai, não sabe nem se virar no chão. Contra um wrestler pesado, é praticamente missão impossível sobreviver. Barnett conseguiu vários takedowns, abusou do ground'n'pound, mas não teve competência para finalizar ou nocautear o adversário, mesmo conseguindo algumas montadas e dominando amplamente a luta.

O holandês só tentava proteger o rosto dos golpes. Em nenhum momento tentou abraçar Barnett pelo peito e encurtar a distância, impedindo os ataques do GnP. No terceiro round, depois de levar muito soco e cotovelada a luta inteira, Yvel resolveu desistir. Como não venceria mesmo, pelo menos encurtou o sofrimento. Não tinha porque ficar ali levando socos e cotoveladas, sem reagir.

Fedor vs Arlovski

Durante três minutos, Andrei Arlovski aparentou realmente ter encontrado um meio para vencer Fedor Emelianenko. Neste tempo o bielorrusso se aproveitou da maior envergadura, que lhe proporcionava maior alcance, da maior velocidade e da ótima preparação que teve com o treinador Freddie Roach. O Pitbull começou a luta com uma excelente postura, com a guarda fechada, disparando bons socos no rosto e chutes na perna do russo. Como visto rarissimamente, Fedor chegou a ficar acuado. Arlovski acertou bons golpes, forçando o russo a encurtar a distância e travar no clinch. Fedor tentou colocar Arlovski para baixo, mas o Pitbull se defendeu bem e o lendário árbitro Big John McCarthy intercedeu e fez a luta voltar para o centro, em pé.

Quando acertou uma bela direita, seguida de um chute que mandou Fedor balançando contra as cordas, Arlovski se sentiu no céu. Percebeu um momento de fraqueza do campeão e se empolgou. Preparou uma joelhada voadora, pulou e... pimba!, levou uma monstruosa marretada em forma de cruzado de direita, que atingiu em cheio a ponta do queixo no meio do voo e fez imediatamente o bielorrusso voltar de sua viagem, caindo de cara no chão, quando o cronômetro marcava 3:14min de luta. Sem entrar no mérito de sorte ou genialidade, uma coisa é indiscutível: o timing de contra-ataque do Fedor é simplesmente magnífico. Confira na animação abaixo:

Pelo scout da transmissão vimos que Fedor acertou apenas 9 golpes, com menos de 40% de índice de acerto. Com quase o dobro de aproveitamento, Arlovski dominava a luta e parecia ter a tática certa para levar a luta para a decisão e vencê-la, como disse o Antonio, no Round Zero de sexta. Quando dos nove socos lançados, um deles é aquela bomba, fica muito complicado para qualquer ser humano não tombar.

Arlovski foi o quinto campeão do UFC a ser derrotado pelo Last Emperor. Antes dele, Antônio Rodrigo Minotauro Nogueira (duas vezes), Mark Coleman (duas vezes), Kevin Randleman e Tim Sylvia já haviam sucumbido perante o maior peso pesado da história do MMA. Provavelmente Josh Barnett, amigo pessoal de Fedor, será o próximo desafiante pelo cinturão da WAMMA. Pelo que mostrou hoje, vai ter que treinar vinte vezes mais e melhor para ter alguma chance de vencer o padeiro.

Veja a luta clicando aqui.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Affliction na HBO Plus

Parece que ouviram os pedidos da torcida brasileira. Não vai ser mais preciso se preocupar, nem acompanhar o evento por play-by-play por escrito em sites internacionais, tampouco apelar para a prática lamentável de usar fontes irregulares. O Affliction 2 vai passar ao vivo na HBO Plus! A transmissão tem início exatamente à meia-noite, horário de Brasília de verão.

Para os assinantes da NET residentes no Rio de Janeiro e que possuem o pacote HBO assinado, o canal da HBO Plus é o 72. Para assinantes NET Digital, NET HD, Sky/Directv, TVA ou outro serviço de TV a cabo, veja no seu guia de programação ou no site da prestadora de serviço e certifique-se que a HBO Plus faz parte do seu pacote.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Round Zero (I): Porque Fedor sairá vencedor

Por Alexandre Matos

Escrever um texto para defender a posição de que Fedor Emelianenko vencerá uma luta de MMA parece ser uma das tarefas mais fáceis. Detentor do cinturão dos pesados da WAMMA, último campeão da divisão no PRIDE e invicto* na carreira profissional, Fedor é daqueles fenômenos que aparecem vez ou outra nos esportes. Se citarmos que ele venceu lutadores do porte de Ricardo Arona, Renato Babalu, Semmy Schilt, Rodrigo Minotauro, Mark Coleman, Kevin Randleman e Mirko Cro Cop, seus feitos ganham ainda maior notoriedade. O Last Emperor é o maior nome do mundo do MMA, feito inclusive confirmado pela liderança dele na enquete aqui do MMA-Brasil.com.

Mas histórico e cartel não garantem vitória de véspera para ninguém, nem para ele, certo? O pensamento de saber que Fedor tende a ganhar sempre vem da preparação do atleta, física, técnica e psicológica, de como ele se comporta dentro e fora dos ringues.

Ex-integrante do Exército Russo, Fedor tem um preparo físico monstruoso, apesar da aparência um tanto gordinha e da cara de padeiro. Seus singulares treinos, sempre na Red Devil Sports Club, na Rússia, criaram um lutador com explosão suficiente para implodir um gigante como Tim Sylvia em meio minuto de luta, mas que tambem aguenta batalhas duríssimas, sem apresentar quedas bruscas de rendimento, em maratonas como as travadas contra Minotauro e Cro Cop. Quem conhece o mínimo de preparação física sabe o quanto é difícil mesclar estas características num mesmo atleta.

Tetracampeão da World Combat Sambo Championship e medalhista nacional russo de Judô, o estilo do campeão é eclético. Apesar de preferir as finalizações, não foge da trocação. A batalha contra Cro Cop se deu praticamente toda em pé, quando o croata estava em seu auge o que definitivamente não é pouca coisa. De pé, Fedor apresenta uma ferocidade incrível ao lançar seus golpes, quase na totalidade com destino certo, o que torna complicadíssimo para lutadores de MMA, que na maioria não são exemplos de sistema defensivo de boxe, segurar o ímpeto do russo e mantê-lo longe. Ele tem a velocidade de um meio-médio e a potência de um pesado. E no chão, onde ele se sente em casa, é onde pode demonstrar seu vasto repertório de kimuras, arm-locks, mata-leões, guilhotinas e etc.. Sem contar que impõe verdadeiro terror ao adversário quando imprime seu ground'n'pound, o mais temido da atualidade.

Tantos predicados técnicos e físicos que Fedor poderia ter o lado psicológico desequilibrado, como Andrei Arlovski, que mesmo assim seria um lutador extraordinário. Mas o russo, além de tudo, ainda é um atleta tranquilo, focado exclusivamente em sua profissão. Nunca é visto em polêmicas, está sempre bem condicionado, sabe das suas potencialidades para usá-las e conhece suas fraquezas, para escondê-las. Com o passar do tempo, o acúmulo de vitórias foi dando segurança ao lutador, que conseguiu deixar o passado de nervosismo para trás. Hoje Fedor é uma pedra de gelo, o típico cara que fala pouco e faz muito.

Depois de ler tudo isso, você deve estar pensando: "O Fedor não é humano". Não fique preocupado se achou isso. Tim Sylvia falou o mesmo depois de ser atropelado por ele na primeira edição do Affliction. Mas Fedor é sim humano e tem fraquezas. Uma delas foi exposta pelo japonês Kazuyuki Fujita, no PRIDE 26, quando um cruzado aproveitou a guarda baixa e quase mandou Fedor para a vala. E já sabemos que Arlovski vai tentar usar este artifício amanhã. Entre tentar e conseguir vai uma diferença.

O garoto fraco fisicamente, sem talento para a luta no chão, mas com muita perseverança e vontade, que começou a treinar sambô e judô aos 10 anos, tornou-se o mito que vemos hoje. Manteve a perseverança e vontade iniciais, adicionou muita competência física e técnica, força descomunal e preparação psicológica ímpar. Por isso tudo acho que Fedor vai vencer Arlovski. E vai vencer a luta posterior. E a próxima. E a outra depois também.

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* O cartel profissional oficial de Fedor indica que ele perdeu uma luta, em 22/12/2000, contra o japonês Tsuyoshi Kohsaka, no RINGS. Quem viu a luta sabe que o árbitro deveria ter indicado No Contest. Veja aqui a luta e diga o que você acha.

Round Zero (I): Porque Arlovski sairá vencedor

Por Antonio Oliveira

Sábado, dia 24 de janeiro, Fedor Emelianenko enfrentará seu 29º oponente em uma luta de MMA, pelo título mundial dos pesados da WAMMA no evento Affliction: Day of Reckoning. O lutador de sambô russo é um dos pouquíssimos atletas de MMA com um cartel sem manchas [1]. Fato que se torna ainda mais notável quando se considera que ele derrotou diversos prodígios do esporte, tais como Mirko Cro Cop, Mark Coleman, Tim Sylvia, Kevin Randleman e os brasileiros Ricardo Arona, Renato Babalu, Zuluzinho e Rodrigo Minotauro.

Esse histórico inigualável, somado à sobriedade e humildade do lutador, fizeram de Fedor o maior mito do MMA moderno. Mais do que isso, Fedor alcançou o status de virtualmente imbatível.

O desafiante é Andrei Arlovski, bielorrusso que também veio do sambô, mas que, ao contrário de Fedor, prefere a luta em pé. Fedor tem 16 vitórias por submissão, enquanto o desafiante tem 3. Arlovski tem 11 vitórias por nocaute e o campeão, 6.

Além do sambô e de uma infância de desafios no leste europeu, os dois lutadores tem pouco em comum. Fedor é quase um monge, sempre confiante, focado e contido. Arlovski é um eterno aspirante a celebridade, frequentemente visto com modelos. A carreira do bielorruso não poderia ter mais altos e baixos.

O começo no MMA não foi fácil para Andrei, que sofreu um nocaute na sua primeira luta. Depois disso, conseguiu se sagrar campeão europeu, mas sofreu outras duas derrotas em suas três primeiras lutas no UFC. Mais uma vez o bielorrusso deu a volta por cima e tomou o cinturão dos pesados de Tim Sylvia, para cerca de um ano depois ser derrotado e ter que devolvê-lo ao mesmo lutador.

Considerando todos os fatos descritos acima, somente um louco pensaria que o dia 24 trará uma derrota para Fedor. Porém, é essa a minha aposta! E este é o outro lado da história.

Andrei Arlovski parece ter amadurecido e deixado a inconstância, seu maior inimigo, para trás. Em suas últimas lutas foi extremamente dominante. As duas últimas são de especial destaque, pois Andrei deu uma aula de luta em pé quando lutou com as duas maiores estrelas da extinta IFL, Ben Rothwell e Ron Nelson.

Como já foi notado neste blog, o grande responsável por essa melhora é Freddie Roach, um dos mais premiados técnicos de boxe do mundo, que abriu as portas do ginásio "Wild Card" para o bielorrusso e o tomou debaixo de suas asas. Arlovski, por outro lado, encontrou em Freddie uma nova motivação para treinar mais.

É verdade que todo esse aprendizado e nova motivação não resolve o problema de enfrentar Fedor no clinch e jogo de chão, onde o russo é praticamente perfeito. Porém, parte da vantagem de Emelianenko é a pegada dele, oriunda do sambô, arte com a qual a maioria dos lutadores não está familiarizada. A diferença de Arlovski começa aí, pois o desafiante já foi medalhista de prata na Copa do Mundo e no Campeonato Mundial de sambô.

Este conhecimento e credenciais na arte russa, além de uma defesa de quedas que tem progredido a cada luta, serão usados por Arlovski para manter a luta em pé. E neste âmbito, apesar de ter travado uma batalha épica contra Cro Cop, Fedor é veloz, mas longe da perfeição.

Além disso, o gancho de Kazuyuki Fujita demonstrou que Fedor é realmente humano e pode vir a ser nocauteado. Para Arlovski conseguir o que o japonês quase alcançou, terá que fugir da brutalidade, velocidade e potência de Fedor, cortando em ângulos, jabeando e, aos poucos, destruir seu adversário. Será preciso inteligência, mas se Arlovski aprendeu alguma coisa em seu treinamento com Roach, deve ter sido como explorar os buracos na trocação contra Fedor, que, por vezes, é mais agressivo do que técnico em pé. E na técnica e movimentação, Arlovski derrotará Fedor por decisão unânime, em uma das lutas mais emocionantes dos últimos anos!

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[1] A maioria dos comentaristas concorda que a única derrota no cartel de Fedor, via corte aos 17 segundos do primeiro round, deveria ser considerada "No Contest".

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Novidade no blog: Round Zero

Amanhã entra no ar mais uma novidade no MMA-Brasil.com, o Round Zero. Sempre na véspera de um evento importante teremos dois posts com visões diferentes da(s) luta(s) principal(is). Cada post terá um autor diferente e serão lançados simultaneamente.

A primeira edição do Round Zero vai falar da luta entre Fedor Emelianenko e Andrei Arlovski, que acontecerá no próximo sábado, pela segunda edição do Affliction. O Antonio Oliveira vai disponibilizar um texto chamado "Porque Arlovski sairá vencedor", dando argumentos para uma possível vitória do bielorrusso. E eu publicarei o "Porque Fedor sairá vencedor", tentando argumentar uma possível vitória do Last Emperor russo.

E o mais interessante do Round Zero é que qualquer um poderá contribuir! Para tanto basta enviar um e-mail para edicao@mma-brasil.com. Conforme os e-mails forem chegando, analisaremos os conteúdos e publicaremos o que melhor defender sua visão para a luta. Sejam imparciais e tenham boa argumentação que nós também seremos imparciais na escolha dos textos.

Eis as próximas lutas que podem ter edição do Round Zero:
  • Georges St-Pierre vs BJ Penn, UFC 94
  • Lyoto Machida vs Thiago Silva, UFC 94
  • Diego Sanchez vs Joe Stevenson, UFC 95
  • Demian Maia vs Chael Sonnen, UFC 95

Affliction 2 Day Of Reckoning


“Se lutar em pé, vamos matá-lo. Se conseguirmos manter essa luta em pé, se ele quiser nos enfrentar como homem, vamos dominá-lo. Ele joga um soco atrás do outro, é muito previsível. Ele faz os mesmos movimentos o tempo todo. Ele é muito comum. Seu boxe é fraco. Pelo que posso ver, acredito que Andrei estará em forma e vamos nocauteá-lo.”

A declaração acima foi dada pelo treinador Freddie Roach, técnico de boxe do bielorrusso Andrei Arlovski. Roach não é um qualquer. Além de Arlovski, treina o pugilista filipino Manny Pacquiao, melhor pound-for-pound do boxe atual. E já teve como pupilos Mike Tyson, Oscar de la Hoya, Wladimir Klitschko e Bernard Hopkins. Freddie entende do riscado e tem credibilidade para falar.

O grande problema é que o adversário a que ele se referiu é ninguém menos que Fedor Emelianenko, grande estrela do MMA e melhor peso pesado de todos os tempos. Ninguém em sã consciência deveria ter a ousadia de dizer que Fedor é "muito comum". Ele faz os mesmos movimentos? Talvez. Para azar dos adversários. Fedor tem a velocidade de um meio-médio, com as mãos pesadas de um pesado. Resistir a um ataque feroz do russo é dose para mamute.

Talvez Roach esteja querendo atrair a atenção para seu pupilo, já que Fedor é o grande favorito e trazer (mais) mídia para a luta. Mas o UFC 92 nos mostrou que realmente tudo pode acontecer. Acho que ninguém no mundo acreditava que Frank Mir nocautearia Minotauro. Portanto, não devemos ignorar as palavras de Freddie Roach. Além disso, acredito que Arlovski seja o último grande desafio de Fedor no MMA atual, principalmente pela evolução do bielorrusso desde que saiu do UFC. Mas que eu continuo achando que Roach está louco, continuo...

O que Fedor achou disso tudo: "É o trabalho de um treinador apontar fraquezas do oponente do seu pupilo e é trabalho dele também fazer seu lutador acreditar que o oponente tem fraquezas. Nós não lutaremos boxe ou Sambo. Lutaremos MMA... Talvez Andrei esteja tentando convencer a si próprio que eu estou enfraquecido em algum ponto, mas não tem problema. A única coisa que eu digo é que estou 100% certo que estou 100% pronto para lutar MMA contra Andrei e é a única coisa que me preocupo no momento.". Declaração 100% Fedor Style, que é o favorito a vencer. E acredito que possa fazê-lo por finalização.

Além deste grande combate, teremos outra bela luta, desta vez pela Middleweight. O brasileiro Vitor Belfort enfrentará o americano Matt Lindland, produto original da Team Quest. Lindland não tem pegada, bem diferente do Phenom. Apesar disso, o americano é um lutador bastante perigoso. Mesmo assim Belfort tem tudo para mostrar que merece o apelido. É um dos lutadores mais completos e mais bem dotados física e tecnicamente que já vi em ação em todos os tempos. Infelizmente alguns fatores fora do MMA atrapalharam a carreira do Phenom. Não fosse isso e talvez ele estivesse hoje coroado como o Pelé do MMA.

O americano vem de vitória sobre Fabio Pezão, no Affliction Banned. Na mesma edição, Vitor nocauteou Terry Martin. Se Vitor estiver bem preparado e vier como o trator que ficou conhecido, deverá nocautear Lindland. Mas será uma luta dura.

Outras lutas do card que merecem destaque envolvem Josh Barnett contra Gilbert Yvel. Inicialmente Barnett estava escalado para encabeçar o card contra Arlovski, mas o adiamento do evento fez os planos mudarem. Barnett precisa vencer para desafiar o vencedor da luta principal. Também teremos Renato Sobral contra Rameau Thierry Sokoudjou. Especula-se que o vencedor desta luta irá encarar o perigosíssimo Gegard Mousasi, na próxima edição do Affliction. Babalu é o favorito para vencer, mas não podemos descartar a mão pesada do africano. Além desta, o irmão de Minotauro, Antonio Rogério Nogueira, enfrenta Wladimir Matyushenko, numa luta perigosa para o Minotouro.

O ponto triste desta edição será a ausência de Chris Horodecki, vetado por conta de uma hérnia de disco. Segundo o médico que o avaliou, a dor compromete em cerca de 80% da força no braço direito e, por este motivo, a luta foi cancelada. O canadense de 21 anos e cara de criança é uma das jovens estrelas em ascensão e lutaria contra o veterano do UFC Dan Lauzon. O vice-presidente do evento, Tom Atencio, está tentando uma substituição para a luta.

E você, o que espera da segunda edição do Affliction? Dê seus palpites na caixinha de comentários.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Novo banner, novo logo

Novo MMA-Brasil.com

A partir de hoje o MMA Brasil agora é MMA-Brasil.com! Esta é a primeira de uma série de mudanças que faremos no visual e no conteúdo do Blog. Banner novo, logotipo e layout novos, entrevistas com personalidades ligadas ao mundo do MMA no Brasil, vídeos e muito mais.

O endereço antigo ainda funciona normalmente, mas todos podem acessar a partir de agora pelo endereço www.mma-brasil.com, inclusive para assinaturas RSS.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Voltas por cima no UFC 93

Depois dos nocautes decepcionantes de Wanderlei Silva e Rodrigo Minotauro no UFC 92, o torcedor brasileiro comemorou duas boas voltas por cima no sábado, no UFC 93. Pela divisão Middleweight, o representante da Brazilian Top Team, Rousimar Palhares, que vinha de derrota para Dan Henderson, venceu Jeremy Horn na decisão unânime. E Mauricio Rua nocauteou Mark Coleman no final do terceiro round, em luta válida pela Light Heavyweight. Na luta principal do card, também pela Light Heavy, Hendo venceu Rich Franklin, na decisão dividida.

Um detalhe muito interessante nesta edição foi a participação da torcida irlandesa presente à O2 Arena, em Dublin. Os 9.369 torcedores que lotaram o espaço pareciam torcedores de futebol, com gritos de guerra e muita vibração, mostrando como o MMA está crescendo na Europa.

Toquinho vs Horn

http://media.ufc.tv/i.cfc?method=get&w=550&cs=1&s=E7FD1DF9-1422-0E8C-9A74A71F8CE564E0.jpg

Muito diferente da última luta, quando aparentava estar mais pesado e travado, Toquinho entrou no octógono no sábado mostrando estar mais bem preparado. Seco, forte e bem solto na luta, o brasileiro tomou a iniciativa do combate desde o início. Com muita facilidade conseguiu quedar o adversário algumas vezes, trabalhou bem o ground'n'pound e dominou amplamente o primeiro round. Por duas vezes teve a oportunidade de encaixar uma guilhotina e encerrar a luta, mas não aproveitou as chances.

O GnP do round inicial acabou custando caro, pois Toquinho quebrou a mão direita. O acidente fez com que ele diminuisse o ritmo a partir do segundo round, o que deixou o combate diferente. Horn, lutador muito experiente, deu então um susto no brasileiro e quase o pegou numa finalização (katagatame), mas Toquinho conseguiu escapar. Refeito do susto, o brasileiro voltou a dominar as ações.

No terceiro round o brasileiro procurou manter a vantagem, poupando a mão machucada e acabou vencendo na decisão unânime. Os três juizes deram 30-27 para o lutador brasileiro.

Apesar da contusão, o saldo foi positivo. Toquinho ainda precisa melhorar seu jogo em pé, mas já apresentou evolução em relação à luta anterior e mostrou estar de volta ao caminho certo.

Shogun vs Coleman


A luta, que estava envolvida em polêmica, transcorreu com tranquilidade. Apesar dos 44 anos, o Hammer estava em aparente boa forma física. Shogun, 17 anos mais jovem, também aparentava estar mais bem condicionado do que na derrota para Forrest Griffin, em setembro de 2007, em sua última luta. Mas, neste ponto, só ficaram na aparência.

Como era esperado, Shogun tomou a iniciativa do combate, lançando mão do seu afiadíssimo Muay Thai, com socos, chutes e joelhadas que lembravam o lutador agressivo dos tempos de PRIDE. Coleman tentava achar uma brecha para aplicar um takedown e usar sua principal arma, o ground'n'pound. Shogun castigou o americano, principalmente com chutes baixos e joelhadas, conseguiu um knockdown e dominou o round inicial.

Tentando aproveitar que Coleman acabou o round anterior em más condições, Shogun partiu para decidir a parada no segundo assalto. Hammer novamente conseguiu sobreviver aos ataques de socos, joelhadas e chutes do brasileiro e ainda conseguiu um takedown. A volúpia de Shogun custou caro para ambos: a luta caiu de rendimento, quando os dois lutadores sentiram o longo tempo de inatividade. Coleman, que não lutava desde a derrota para Fedor, em 2006, ainda sentiu o peso da idade e permanecia em pé apenas na base da vontade.

No round final, Coleman tentou usar o GnP no desespero, causando problemas para Shogun. Em um determinado momento, o brasileiro entrou com uma joelhada no peito de Coleman, quando o americano estava com os joelhos na lona. O golpe deve ter assustado o árbitro Kevin Mulhall, que entendeu que o golpe atingiu o rosto do americano, o que não é permitido pelas regras do UFC. A manobra acabou custando um ponto ao brasileiro. Uma sequência de jabs e um upper, que atingiu em cheio o queixo de Coleman, mandou o americano para a lona, em péssimas condições. Shogun partiu para o nocaute, mas o árbitro interrompeu a luta a menos de meio minuto para o final, decretando nocaute técnico e preservando a integridade do Hammer.

Apesar da vitória inconteste, fiquei um pouco assustado com o condicionamento físico de Shogun. Sentir falta de ritmo de luta, com um ano e meio longe do octógono por conta de duas cirurgias no joelho, é normal. Mas isso é diferente de sentir o condicionamento físico, de faltar gás. O brasileiro não pode se dar ao luxo de entrar assim na divisão mais acirrada do UFC atual. Mas o nível técnico do brasileiro e seu histórico o credenciam para disputar o cinturão em, no máximo, três lutas. Shogun está de volta e certamente todos os adversários da divisão estarão preocupados de agora em diante. Na entrevista após a luta, o presidente do UFC declarou que Shogun volta ao octógono em 18 de abril, para enfrentar Chuck Liddell no UFC 97, em Montreal, Canadá.

Hendo vs Franklin



Minha expectativa para esta luta era menor em relação às anteriores, mas Hendo e Ace fizeram uma luta bastante movimentada, o melhor combate do evento.

Com seu estilo 100% Team Quest, Hendo tentou dominar o adversário, que é mais completo. O veterano campeão do PRIDE, de 38 anos, começou melhor e dominou o round inicial. Uma cabeçada acidental no fim do segundo round abriu um profundo corte no supercílio de Franklin. Mas o Ace, ex-campeão dos médios do UFC, igualou as ações a partir do segundo e equilibrou a luta. Com maior movimentação no octógono, Hendo dificultou bastante o trabalho de Franklin.

No último round, Franklin tentou decidir a luta, pois sabia que estava perdendo por pontos, mas Hendo conseguiu outro takedown e trabalhou bem o GnP. Franklin conseguiu ficar de pé novamente e partiu para outra ofensiva, levando o público ao delírio. No minuto final, Hendo enfiou o dedo no olho de Franklin. Pareceu acidental, mas como sei que o jogo sujo é uma das características de Dan, não duvido que a manobra tenha sido proposital, até mesmo por ter avançado com o dedo esticado, em vez de estar com os punhos cerrados. Depois da paralização, Franklin voltou ao combate com o olho bastante danificado, tentando apenas terminar a luta.

Na contagem dos juizes, dois deram 29-28 para Hendo, enquanto um deu 30-27 para Franklin. A vitória deu a Hendo a vaga de técnico para a próxima edição do reality show The Ultimate Fighter, onde vai enfrentar a equipe dirigida pelo britânico Michael Bisping.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

UFC 93 Franklin vs Henderson

O UFC voa dos EUA e aterrissa na Europa, para a edição 93, no ginásio O2, em Dublin, Irlanda. Para mim, este é mais um UFC em que a luta principal interessa menos do que outras, assim como foi a edição 89 (Bisping vs Leben). Não que os americanos Rich Franklin e Dan Henderson vão fazer uma luta ruim. São dois grandes lutadores que estão tentando a sorte numa divisão acima, depois de se darem conta que não tem chance contra Anderson Silva na Middleweight. Franklin me pareceu superior aos demais médios do UFC, mas não é páreo para o Spider. Hendo já lutou nesta categoria. Acredito numa vitória de Hendo, na decisão, depois de um combate bem equilibrado. Mas o que me atrai na próxima edição do UFC são outras lutas.

A primeira delas vai contar com o brasileiro Rousimar Palhares contra o bastante experiente americano Jeremy Horn. É uma excelente oportunidade para o Toquinho se livrar da péssima lembrança que deixou na torcida depois da fraca atuação contra Hendo. Minha expectativa quanto ao futuro dele era imensa, mas hoje já fico um pouco mais receoso. Horn tem nome e currículo (são mais de 100 lutas de MMA profissional), já enfrentou gente do nível de Anderson Silva, Rodrigo Minotauro, Randy Couture, Chuck Liddell, Frank Shamrock e Ricardo Arona. Espero que sirva de escada para o Toquinho, que precisa provar que realmente é merecedor de disputar o cinturão da divisão Middleweight. Murilo Bustamante, treinador do brasileiro na BTT, garante que ele vai para a luta mais bem preparado do que contra Hendo. Claudio Coelho, grande treinador de boxe brasileiro, participou de toda a fase de treinamento de Toquinho, para tentar melhorar a parte que falhou demais contra Hendo. Acredito numa finalização do brasileiro, no seu tradicional leg-lock.

Mas o grande evento da noite, na minha opinião, será a luta entre o americano Mark Coleman e o brasileiro Mauricio Rua. Será a primeira luta do Hammer depois da inclusão no Hall da Fama do UFC, honraria muito merecida para o lutador que introduziu o wrestling e o ground'n'pound no MMA. Os dois já se enfrentaram no PRIDE 31, com vitória para Coleman. Na ocasião houve uma confusão no ringue: depois de sofrer um takedown, Shogun deslocou o cotovelo na queda. Mesmo com o adversário machucado, Coleman esboçou continuar a luta, gerando muita irritação do corner do Shogun. Seu irmão, Murilo Ninja, e Wanderlei Silva, dentre outros, invadiram o ringue para tirar satisfação com o Hammer. A foto ao lado mostra o momento em que Coleman pisa na garganta de Wand.

Apesar do lado pessoal da luta (o que vai torná-la interessante), profissionalmente esta revanche tem mais valor para o americano. Aos 44 anos, Coleman não tem muito mais a oferecer na divisão mais disputada do UFC. Shogun, 27, ainda tem muito pela frente, tem grande potencial para levar o cinturão para casa. Se Shogun vencer, terá derrotado um lutador velho, que não luta desde 2006 (derrota para Fedor Emelianenko no PRIDE 32). Se perder, será mais um capítulo negro, depois da péssima atuação na derrota para Forrest Griffin, na estréia do brasileiro no UFC. Rua nem deveria levar esta luta para o lado pessoal. Esqueça o passado e foque no futuro, que tem tudo para ser brilhante.

Em todo caso, acredito numa vitória até certo ponto tranquila de Mauricio Shogun. Nocaute técnico no primeiro assalto. E sem os fatos lamentáveis da primeira luta. Vamos nos ater apenas ao esporte, confusão fica de lado. Como diz o slogan do Premiere Combate, "não brigue, lute".

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Luciano Azevedo vence em Paris

O ano de 2009 começou bem para o MMA brasileiro. Lutando no Xtreme Gladiators, sábado em Paris, o brasileiro Luciano Azevedo (RFT) venceu por finalização Johnny Frachey, com certa facilidade. O brasileiro, que voltava à ativa depois de uma cirurgia na mão, dominou as ações desde o primeiro segundo, começando a luta com socos e chutes imediatos. Dominando o centro do ringue, Luciano mandou o adversário para a lona com socos, levou para a guarda e encaixou um triângulo justo, especialidade do lutador. Sua luta durou menos de um minuto e meio.



No mesmo evento francês, o companheiro de RFT de Luciano, Leonardo Chocolate, não teve a mesma sorte e apenas empatou com o local Christian "Tonton" M'Pumbu. Apesar de ter levado o adversário algumas vezes para o chão e ter trabalhado bem o ground'n'pound, os juizes acharam por bem decretar o empate, já que o francês teria levado vantagem no confronto em pé.

Com 15 vitórias no currículo e muita raça, acho que o Luciano já está merecendo uma oportunidade em eventos maiores. Já vi gente muito menos capacitada do que ele em cards principais, até mesmo no UFC (em undercards então...). Não sei qual o critério adotado para a convocação de alguns lutadores de qualidade bastante duvidosa para lutar no maior evento do MMA mundial, mas acho que o Luciano tem totais condições de fazer bonito, no mínimo, no WEC. O fato de já ter inclusive lutado no PRIDE deveria abrir mais portas para o Luciano. De qualquer maneira, foi importante para os brasileiros lutarem na França, pois é um mercado em expansão no mundo do MMA.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Wand repensa seu futuro no UFC

Conforme noticiado por Guilherme Cruz no Tatame.com.br, Wanderlei Silva está repensando o futuro de sua carreira no UFC. Segundo a reportagem, Wand estaria pensando em descer para a Middleweight (185lbs), categoria onde reina Anderson Silva, ex-companheiro de Wand na Chute Boxe.

Mas vejamos um trecho em especial do que Wand disse: "Talvez eu lute mais uma vez nos meio-pesados e depois desço. Estou pensando em lutar com Chuck novamente. Quero lutar com ele de novo porque fizemos uma grande luta. (...) Vou estudar o que preciso mudar, o que preciso treinar de diferente. Estou na melhor forma física da minha vida, estou em boas condições. Agora, preciso mudar um pouco minha técnica para voltar a vencer. Acho que preciso treinar mais a parte em pé, porque ele (Liddell) tem um alcance maior. Acho que preciso treinar mais Boxe que Muay Thai”.

Humildemente concordo com o Wand. Acho que seria um excelente negócio para ele descer de categoria, principalmente se o Spider cumprir a promessa de se aposentar em 2009. O Cachorro Louco está numa forma excelente, está forte e seco. Mas, como o MMA Brasil disse no post do UFC 92, realmente o Wand precisa repensar seu estilo. Faltou boxe mesmo contra o Quinton Jackson, especialmente em relação à parte defensiva da nobre arte, que me parece ser o calcanhar-de-Aquiles da maioria dos lutadores de MMA.

Pessoalmente fiquei muito feliz de vê-lo falando isso. Mostrou que, diferente da maioria dos esportistas brasileiros, Wand teve humildade para reconhecer que precisa melhorar. Se ficou claro até para um leigo como eu, imagine para um profissional do mais alto gabarito como é o Wanderlei Silva. O panorama é ainda mais animador pois Wand, diferente do que eu imaginava, ainda se mostra com vontade de aprender e de evoluir, mesmo com mais de 12 anos de carreira no MMA profissional. Ponto para ele.

E você, o que achou das decisões do Wand? Diga aí na caixinha de comentários.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Quem é o melhor pound-for-pound?

Durante os três primeiros meses de 2009 ficará no ar aqui no MMA Brasil uma enquete para definir quem é o melhor lutador de MMA pound-for-pound (independente da categoria de peso) do mundo, em qualquer evento.

Caso seu voto não esteja na lista, use a caixinha de comentários deste post para dizer quem é seu lutador preferido e por que ele seria o melhor pound-for-pound do mundo. Só vale votar em lutadores em atividade, hein?

Sem querer influenciar o voto de ninguém, ilustrei o post com a foto do lutador que recebeu meu voto.