domingo, 15 de fevereiro de 2009

MMA versão 2.0

O que vimos até agora neste especial de certa forma já faz parte da História. Por mais que Coleman ainda esteja na ativa, o fato de ter 44 anos e já estar no Hall da Fama mostra que seus dias de glória fazem parte do passado.

Transcrever a História é interessante e importante. Testemunhar a História ser escrita é muito mais bacana. Se na fase Beta o MMA englobava lutadores especialistas em uma arte enfrentando mestres de outras e na fase 1.0 vimos os lutadores sendo obrigados a aprender técnicas de outras lutas para sobreviver no esporte, na fase 2.0 estamos vendo, na minha opinião, a maior revolução feita no MMA.

Atualmente são comuns os esquemas profissionais de treino, com lutadores utilizando treinadores e parceiros especialistas em cada aspecto da luta. Qualquer atleta de ponta atualmente conta com, no mínimo, treinador de Muay Thai e/ou boxe (para a luta em pé), de luta olímpica (para quedas e clinch) e jiu-jitsu (para o confronto no chão), independente da especialidade do lutador. Isso se quiser ter alguma chance de êxito. Ainda contam com programas de preparação física e psicológica que se fazem presentes em qualquer esporte de ponta. A soma de todos estes aspectos criou um novo estilo de luta: o MMA.

Quem começou esta revolução foi Tito Ortiz, ao chamar os melhores para treinar com ele. Mas podemos considerar Georges St-Pierre o grande expoente desta mudança. Diferente de Ortiz, que era (é) limitado tecnicamente, GSP se tornou um lutador completo no aspecto técnico, tem um preparo físico monstruoso e o lado psicológico dos mais fortes do MMA. Com a popularização do esporte, o canadense tornou-se uma estrela além do MMA, sendo capa inclusive de revistas como a Men's Fitness, que fez uma reportagem sobre os treinos do campeão dos meio-médios do UFC.

Os eventos seguem revolução similar. Depois de ver seu prestígio abalado pelo PRIDE, o UFC conseguiu retomar a ponta. A grande tacada foi a criação do reality show The Ultimate Fighter, em 2005, transmitido em TV aberta nos EUA, idéia que alavancou de vez a popularização do esporte. O crescimento permitiu que os irmãos Fertita, donos da Zuffa LLC (proprietária do UFC) comprassem a Dream Stage Entertainment, dona do PRIDE, em 2007, devolvendo ao UFC a aura de principal evento de MMA do mundo.

Mas quem vem fazendo a maior revolução entre os eventos atualmente é a Affliction Entertainment. Criada a partir da junção da Affliction Clothing, marca de roupas muito utilizada por lutadores, mas que foi banida do UFC, com a M-1 Global (organizadora do K-1), a Golden Boy Promotions (empresa do boxeador Oscar de la Hoya, que promove os maiores eventos de boxe no mundo atualmente) e Donald Trump, poderoso empresário americano, além de Tom Atencio, melhor matchmaker do MMA atual. Empresas e profissionais de ramos distintos juntos para alavancar ainda mais o esporte.

Além de contar com a estrela máxima do esporte, Fedor Emelianenko, o Affliction tem como contratados lutadores do naipe de Vitor Belfort, Andrei Arlovski, Tim Sylvia e Josh Barnett, só para ficar entre os ex-campeões do UFC.

Alguns dizem que, com cards caríssimos, o Affliction pode ter vida curta, ainda mais em tempos de crise econômica mundial. Mas isto é assunto para terça-feira, quando encerraremos este especial mostrando uma possibilidade de futuro do MMA.

Um comentário:

Antonio disse...

Muito legal, fiquei curioso pra ver o próximo artigo sobre o futuro.