quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

UFC 95 Sanchez vs Stevenson: Card Preliminar

Por Antonio Oliveira

As lutas preliminares do UFC 95 são das mais interessantes. Há mais lutadores estrangeiros que o comum, com o tema Inglaterra vs. EUA sendo explorado em três lutas. Além disso, Joe Silva fez um bom trabalho fazendo lutas com temas interessante, como é o caso do duelo dos caratecas Mike-C e Neil Grove. Porém, a principal atração para os fãs brasileiros será ver se o “Cigano” consegue provar que chegou no UFC pra ficar.

Terry Etim (Inglaterra) x Brian Cobb (EUA)

Terry Etim é um lutador leve, que já fez quatro lutas pelo UFC (2-2). Nada mal pra quem começou a treinar há apenas três anos. Seu oponente é um wrestler de 1,81m e faixa roxa em jiu-jitsu. Seu cartel é 15-4 (10 vitórias por submissão) e está há 9 lutas sem perder.

Etim é o favorito entre os apostadores, talvez por ser mais experiente, conhecido dos fãs e estar lutando em casa. Porém, apostar em Brian pode ser a barbada da noite. Creio que o americano aplicará várias quedas em Terry que, sobrevivendo, dificilmente levará uma decisão.

Paul Kelly (Inglaterra) x Troy Mandaloniz (EUA)

Paul Kelly não tem formação em artes marciais e aprendeu a lutar nas ruas de Liverpool. Hoje o meio-médio treina na Wolfslair com Michael Bisping e Quinton Jackson. Em sua terceira luta pelo UFC, tentará se recuperar da primeira derrota na carreira, imposta por Marcus Davis via guilhotina no UFC 89.

Troy Mandaloniz é amigo de infância de B. J. Penn, com quem treina até hoje. O havaiano participou do The Ultimate Figther 6, tendo sido eliminado nas quartas-de-final da competição por Matt Arroyo. Entretanto, sua estréia no UFC foi vitoriosa e agora luta pra provar que é muito mais que um amigo de famoso.

Ambos lutadores compartilham das mesmas características. Inexperientes em MMA, gostam da luta em pé, têm mãos pesadas, fazem parte de times renomados e por isso devem treinar todos aspectos do jogo. É uma luta que pode acabar em um soco ou nas mãos dos juízes por excessiva cautela dos lutadores. Mas o favoritismo está ao lado de Paul Kelly, que aparentemente é o mais agressivo dos dois lutadores.

Per Eklund (Suécia) x Evan Dunham (EUA)

Per Eklund é um atleta com bastantes lutas, mas ainda mediano. Campeão do Rings europeu, é faixa roxa em jiu-jitsu, tem uma derrota e uma vitória no octógono e uma vitória no boxe profissional.

Evan Dunham foi chamado para substituir David Baron. Invicto, mas inexperiente, Evan treina na Xtreme Couture e gosta do jogo de chão.

Ambos preferem a luta de chão, visto que 54% das vitórias do sueco e 71% das do americano aconteceram via submissão. Porém Eklund é muito mais completo, experiente e deve vencer com tranquilidade. A menos que Evans seja uma dessas estrelas pronta para ser descoberta ou que aproveite um vacilo feio de Eklund.

Mike Ciesnolevicz (EUA) x Neil Grove (Inglaterra)

O interessante dessa luta é o raro duelo entre dois caratecas. Mike é faixa marrom em Caratê Shorin Ryu. Além disso, o americano de 104kg foi wrestler universitário e treina há anos na Miletich Fighting Systems.

Neil Grove é faixa preta em Caratê Goju Ryu, pesa 120kg e alcançou todas suas sete vitórias por KO ou TKO.

Apesar de também ser carateca, Mike (1,83m) não deve lutar em pé contra um atleta mais graduado, mais pesado e maior (2,01m) que ele. O americano deve usar do seu conhecimento para fugir dos golpes e entrar para o clinch, de onde tentará colocar as costas de Neil no chão. Porém, a diferença de tamanho dificultará a aplicação desta estratégia e facilitará a defesa do inglês, que tem mais chances de terminar a luta com um golpe.

Júnior "Cigano" dos Santos (Brasil) x Stefan Struve (Holanda)

O brasileiro, que treina há apenas quatro anos, é discípulo de Rodrigo Minotauro e seu sucessor em termos de estilo. Júnior é faixa roxa e campeão baiano de jiu-jitsu e treina boxe com afinco na Team Nogueira. O brasileiro conseguiu fama na sua primeira luta importante, quando só precisou de 81 segundos pra nocautear Fabrício Werdum no UFC 90.

Stefan Struve é um lutador alto (2,11m), cuja envergadura dificultará a aproximação de Júnior. Além disso, seu cartel indica que ele se vira muito bem no chão. São 18 lutas e 16 vitórias (75% via submissão). Outro indicador de qualidade é que essa promessa holandesa de 21 anos foi disputada pelo Affliction, DREAM e UFC.

Júnior aparece como favorito nas casas de apostas, mas é difícil ter uma opinião sobre lutadores tão jovens, que não foram muito testados contra competição de ponta. A esperança, além da vitória brasileira, é uma luta de três rounds para podermos ver mais da técnica destes atletas.

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