quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O banner do MMA-Brasil.com

Depois da atuação bisonha contra Mauricio Shogun no UFC 93, recebi um comentário no post pedindo que tirasse Coleman do banner do site. Apesar de saber que o pedido foi em tom de brincadeira, entendi o motivo. Mas não podia concordar em retirá-lo, pois os seis lutadores estão lá em cima por algum(ns) motivo(s). Achei então que seria interessante explicá-los para os amigos leitores. Então vamos lá, começando a partir da esquerda.

Anderson Silva, "The Spider"

“Anderson Silva? He is a fucking monster!”. Assim define o Spider o presidente do UFC, Dana White. Foi Anderson a quem o UFC apelou para combater a primeira edição do Affliction, em julho passado.

Muito se discute sobre quem é o melhor lutador pound-for-pound do MMA atual. Dependendo do ponto de vista, podemos ter respostas diferentes. Da visão de qualidade técnica, fico com o Anderson. Lutador que divide com Fedor Emelianenko o posto de número um da maioria das fontes de informação de MMA no mundo, tem como base o Muay Thai e o jiu-jitsu. Anderson é aquele lutador que sempre tem uma carta na manga, faz coisas imprevisíveis. O elbow uppercut encaixado num lutador incrédulo é o ápice da genialidade (fico devendo o link do vídeo, quando o achar, postarei).

Dono absoluto e inconteste do cinturão dos médios do UFC, Anderson pensa inclusive em se aposentar, depois de encerrar o contrato atual de mais três lutas com o UFC. Talvez a falta de adversários de peso o ajudaram a tomar a decisão, depois de ter atropelado gente do calibre de Rich Franklin e Dan Henderson.

Rickson Gracie, "The Legend"

Faixa preta 7º dan de Brazilian Jiu-Jitsu, duas vezes campeão brasileiro de wrestling estilo livre, medalha de ouro de Sambo, invicto em mais de 400 lutas (1) de MMA, vale tudo, jiu-jitsu, sambo e luta livre, o filho mais velho de Helio Gracie é considerado por muitos como o maior lutador de todos os tempos. Só isso já o credenciaria ao banner, mas não fica por aí.

Pessoalmente considero que Rickson foi o precursor do MMA que conhecemos atualmente. Ele desbravou este caminho, até que seus irmãos Rorion e Royce criassem o Ultimate Fighting Championship e o MMA explodisse no mundo inteiro. Rickson tirou os desafios de vale tudo das praias e academias do Rio, levando para os ringues, principalmente no Japão, onde alcançou status de semi-deus. Do seu Japan Vale Tudo Championship nasceu o PRIDE em 1997, evento que o próprio Rickson venceu.

A Lenda parou de lutar em 2000, quando seu filho Rockson faleceu.

Mark Coleman, "The Hammer"

Ficou com o Coleman do UFC 93 na cabeça e o considera inapto a estar no banner? Esqueça isso. Atenha-se a um detalhe importante, que o fez valer a honraria: Coleman foi o inventor do ground'n'pound no MMA, técnica hoje largamente utilizada por qualquer lutador que queira ser alguém no esporte. Agora valeu a vaga, certo? Além disso, foi ele quem definitivamente provou o valor dos wrestlers no MMA, numa época em que o esporte era dominado pelo jiu-jitsu.

Hammer venceu os dois últimos torneios do UFC (10 e 11) e foi o primeiro campeão dos pesados quando, pela primeira vez, o evento registrou limite de peso (UFC 12). Além disso, Coleman foi campeão do PRIDE Open Weight Grand Prix em 2000, ao vencer Igor Vovchanchyn na final. Para se ter uma noção da proeza, podemos dizer, que o ucraniano era algo como o que Fedor é hoje e estava invicto há 30 lutas.

Coleman foi o quinto lutador incluido no Hall da Fama do UFC.

Vitor Belfort, "The Phenom"

Apareceu no MMA com apenas 19 anos, quando chocou o mundo ao passar o carro no UFC 12, na divisão Heavyweight. Vitor simplesmente atropelou seus adversários com um ímpeto até então nunca visto no esporte. O auge daquela fase foi atingido no Ultimate Brazil, quando conseguiu um nocaute incrível contra o também garoto Wanderlei Silva. Quando a luta foi iniciada, Vitor partiu para cima de Wanderlei, cruzou o octógono socando o adversário e o nocauteou em 40 segundos.

O Phenom é um dos lutadores com o boxe mais afiado do MMA mundial. Além disso, possui técnica refinada de luta no chão (faixa preta de jiu-jitsu de Carlson Gracie), o que o torna um lutador bastante versátil. Seus treinos na Xtreme Couture ainda o ajudaram a aperfeiçoar o ground'n'pound.

Recuperado dos sérios problemas pessoais (sua irmã foi sequestrada e ficou desaparecida por anos, até ser dada como morta), Vitor hoje luta no Affliction, na divisão Middleweight. Conseguiu dois nocautes nos dois primeiros eventos, sendo que o último nos fez renascer a esperança de ver o velho Fenômeno de volta.

Fedor Emelianenko, "The Last Emperor"

Fedor é o Fedor, não precisa de maiores explicações. Como não quero me tornar repetitivo, você pode ler aqui, aqui, aqui e aqui também motivos suficientes que colocam Fedor Emelianenko no banner do MMA-Brasil.com. Achou pouco? Então veja os rankings do Sherdog, MMA Weekly, WAMMA e Yahoo Sports. Veja também o resultado da enquete que está rolando aqui no MMA-Brasil.com, sobre o melhor lutador pound-for-pound do MMA atual.

Tá bom, né?

Antonio Rodrigo Nogueira, "Minotauro"

Dono de uma história de vida comovente, quando sobreviveu ao atropelamento de um caminhão que o levou ao coma por quatro dias e internação por onze meses, aos 11 anos de idade, Minotauro é uma das lendas vivas do esporte. Seu estilo "Rocky Balboa", de aguentar castigo e conseguir vencer no final, ajudou na construção do mito. O talento incontestável e a força de vontade completam a formação esportiva deste baiano, que começou no judô e depois passou para o boxe e jiu-jitsu. Seu cartel inclui lutas contra monstros do esporte, como Fedor e Coleman, apenas para ficar entre os integrantes do banner. Como se não bastasse, Minotauro é ainda o único peso pesado que já conquistou o cinturão do PRIDE e do UFC.

Já seria motivo suficiente para colocá-lo no banner, mas Minotauro fez ainda mais. Por causa da popularidade (no exterior, infelizmente) e carisma dele, a Rede Globo começou a dar espaço ao MMA. Notícias no jornal O Globo, eventos transmitidos pelo Sportv e Minotauro participando dos programas do Faustão e Casseta e Planeta. É uma importantíssima ajuda na popularização e crescimento do esporte no Brasil.

O futuro

O banner não é estático, assim como a História. Outros lutadores podem entrar na foto acima. Candidatos não faltam, como Georges St-Pierre, B.J. Penn, Shinya Aoki, Paulão Filho, além de estrelas já consagradas, mas que ainda podem fazer algo de surpreendente, como Wanderlei Silva e Randy Couture.

Gostou dos motivos? Tiraria alguém do banner? Alguém ficou injustamente de fora? Deixe seus palpites na caixinha de comentários!

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(1) Número polêmico e não confirmado. Ainda dizem que Rickson foi derrotado por Ron Tripp num campeonato americano de sambo, em 1993. Não me meto neste mérito.

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