quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

UFC 93 Franklin vs Henderson

O UFC voa dos EUA e aterrissa na Europa, para a edição 93, no ginásio O2, em Dublin, Irlanda. Para mim, este é mais um UFC em que a luta principal interessa menos do que outras, assim como foi a edição 89 (Bisping vs Leben). Não que os americanos Rich Franklin e Dan Henderson vão fazer uma luta ruim. São dois grandes lutadores que estão tentando a sorte numa divisão acima, depois de se darem conta que não tem chance contra Anderson Silva na Middleweight. Franklin me pareceu superior aos demais médios do UFC, mas não é páreo para o Spider. Hendo já lutou nesta categoria. Acredito numa vitória de Hendo, na decisão, depois de um combate bem equilibrado. Mas o que me atrai na próxima edição do UFC são outras lutas.

A primeira delas vai contar com o brasileiro Rousimar Palhares contra o bastante experiente americano Jeremy Horn. É uma excelente oportunidade para o Toquinho se livrar da péssima lembrança que deixou na torcida depois da fraca atuação contra Hendo. Minha expectativa quanto ao futuro dele era imensa, mas hoje já fico um pouco mais receoso. Horn tem nome e currículo (são mais de 100 lutas de MMA profissional), já enfrentou gente do nível de Anderson Silva, Rodrigo Minotauro, Randy Couture, Chuck Liddell, Frank Shamrock e Ricardo Arona. Espero que sirva de escada para o Toquinho, que precisa provar que realmente é merecedor de disputar o cinturão da divisão Middleweight. Murilo Bustamante, treinador do brasileiro na BTT, garante que ele vai para a luta mais bem preparado do que contra Hendo. Claudio Coelho, grande treinador de boxe brasileiro, participou de toda a fase de treinamento de Toquinho, para tentar melhorar a parte que falhou demais contra Hendo. Acredito numa finalização do brasileiro, no seu tradicional leg-lock.

Mas o grande evento da noite, na minha opinião, será a luta entre o americano Mark Coleman e o brasileiro Mauricio Rua. Será a primeira luta do Hammer depois da inclusão no Hall da Fama do UFC, honraria muito merecida para o lutador que introduziu o wrestling e o ground'n'pound no MMA. Os dois já se enfrentaram no PRIDE 31, com vitória para Coleman. Na ocasião houve uma confusão no ringue: depois de sofrer um takedown, Shogun deslocou o cotovelo na queda. Mesmo com o adversário machucado, Coleman esboçou continuar a luta, gerando muita irritação do corner do Shogun. Seu irmão, Murilo Ninja, e Wanderlei Silva, dentre outros, invadiram o ringue para tirar satisfação com o Hammer. A foto ao lado mostra o momento em que Coleman pisa na garganta de Wand.

Apesar do lado pessoal da luta (o que vai torná-la interessante), profissionalmente esta revanche tem mais valor para o americano. Aos 44 anos, Coleman não tem muito mais a oferecer na divisão mais disputada do UFC. Shogun, 27, ainda tem muito pela frente, tem grande potencial para levar o cinturão para casa. Se Shogun vencer, terá derrotado um lutador velho, que não luta desde 2006 (derrota para Fedor Emelianenko no PRIDE 32). Se perder, será mais um capítulo negro, depois da péssima atuação na derrota para Forrest Griffin, na estréia do brasileiro no UFC. Rua nem deveria levar esta luta para o lado pessoal. Esqueça o passado e foque no futuro, que tem tudo para ser brilhante.

Em todo caso, acredito numa vitória até certo ponto tranquila de Mauricio Shogun. Nocaute técnico no primeiro assalto. E sem os fatos lamentáveis da primeira luta. Vamos nos ater apenas ao esporte, confusão fica de lado. Como diz o slogan do Premiere Combate, "não brigue, lute".

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